sexta-feira, 23 de junho de 2017

As origens da Festa de S. João

Márcia Marostega- Lembrança da Festa Sanjoanina

As Festas do S. João, no nosso País  mais conhecidas e típicas são as do Porto, em Braga e a Festa da Bugiada, em Sobrado, Valongo e remontam a períodos pré-cristãos.

Estas celebrações  incluem-se num conjunto de comemorações populares de Junho. a nível europeu e internacional, chamadas Festas Juninas centradas no solstício de verão (no hemisfério norte) e de inverno (no hemisfério sul).

De origem europeia, as fogueiras juninas fazem parte da antiga tradição pagã de celebrar o solstício de verão. Assim como a cristianização da árvore pagã "sempre verde", que se tornou a famosa árvore de natal, a fogueira a volta do 24 de junho tornou-se, pouco a pouco, na Idade Média, um atributo da festa de São João Batista, o santo celebrado nesse mesmo dia.

As labaredas das fogueiras acesas em lugares públicos expressam o Sol ("Na noite de S. João, / vou fazer uma fogueira (…)". Popular)

Ainda hoje, a fogueira de São João é o traço comum que une todas as Festas de São João Europeias (da Estónia a Portugal, da Finlândia à França). 
Nalguns Países optam por realizar as Festas Juninas  em 21 de junho, mesmo quando este não é o dia mais longo do ano, outros comemoram em 24 de junho, o dia do solstício no tempo dos romanos. Os antigos romanos também realizavam um festival em honra do deus Summanus em 20 de junho. Na Wicca, os praticantes celebram no dia mais longo e a noite mais curta do ano, que não têm uma data definida, a partir do calendário celta de 13 meses.
Relativamente ao nosso País, depois da romanização, cristianizamos a festividade e celebramos a noite de 23 de Junho, Véspera de São João. 

A noite de S. João do Porto é a maior das tradições guardadas no espírito da cidade e talvez a que tem atraído mais Europeus e turistas de todo o Mundo. Nela existe a identificação de todos os rituais do solstício de Verão, na referência a cultos milenários do Sol, da vegetação ("Não há S. João sem alhos, / alfazema e rosmaninho (…). Popular), do fogo expresso no fogo de artifício que sobe no céu ("Donde vindes S. João, / com capa de estrelinhas?" Popular), na procura de ervas bentas (Todas as ervas são bentas, / em noite de S. João.) e das águas milagrosas, na prática de ver nascer o Sol. Pela madrugada dentro, as pessoas dirigem-se até ao mar e molham os pés, simbolizando os baptismos do São João. 

A celebração  ocorre antes do dia de Nascimento de João Baptista. O Evangelho de Lucas (Lucas 1:36, 56-57) afirma que João nasceu cerca de seis meses antes de Jesus; portanto, a festa de São João Baptista foi fixada em 24 de junho, seis meses antes da Véspera de Natal. Este dia de festa é um dos poucos dias dedicados a santos que celebra o nascimento do homenageado, ao invés de sua morte.

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