quinta-feira, 28 de setembro de 2017

A biblioteca mais bonita e mais ecológica em todo o mundo fica em Mafra

Os morcegos são o "elo de ligação de uma perfeita harmonia entre o património cultural e natural. Os morcegos são os grandes aliados da preservação dos livros porque comem os insectos e, de uma forma ecológica, resolvem um problema complicado e grave sem o recurso a químicos."


São várias as referencias a nível internacional e vão todas no mesmo sentido: a biblioteca do Palácio Nacional de Mafra é das mais bonitas, mais singulares e com uma natural associação entre a riqueza do conteúdo e a sua beleza.
Curiosamente o destaque da beleza é porque não foi acabada. Foram feitos os preparativos para a pintura e colocação de retratos mas isso não sucedeu.

Um tom suave e ameno, propício para a descoberta dos quase 36 mil volumes. Um acervo único em Portugal e raro em todo o mundo. Há exemplares únicos em Portugal e em alguns casos apenas mais dois ou três em todo o mundo.

A colecção de livros vai do século XV ao XIX e funciona como um verdadeiro repositório do saber na Europa nesta época.

D. João V enviou emissários à procura do melhor que era produzido. Até “trouxeram” uma Bula papal, de Bento XIV que em 1754 permitiu à Biblioteca do Palácio ter livros proibidos.

São ainda algumas centenas e têm uma inscrição onde é feita a referência sobre a proibição. A maior parte incidem em temas religiosos (Reforma) ou temas esotéricos. O terceiro grupo de obras proibidas é sobre temas sociais onde se questiona o poder absoluto do rei e a organização social que pouco depois foi profundamente alterada com a Revolução Francesa.


A última particularidade: os morcegos. São, como afirma Teresa Amaral, a bibliotecária responsável, o elo de ligação de uma perfeita harmonia entre o património cultural e natural. Os morcegos são os grandes aliados da preservação dos livros porque comem os insectos e, de uma forma ecológica, resolvem um problema complicado e grave sem o recurso a químicos.

Para favorecer esta “aliança” os morcegos não são hostilizados, pelo contrario são criadas as chamadas zonas de conforto. Desconhecem-se onde estão as colónias. Estudos permitem concluir que durante o inverno permanecem no interior da Biblioteca e no verão ficam nas árvores.

Aqui encontra elementos sobre a história da Biblioteca, aqui sobre a consulta de livros e, por último, sobre o Palácio Nacional de Mafra.

A biblioteca mais bonita em todo o mundo faz parte do podcast semanal da Antena1, Vou Ali e Já Venho, e pode ouvir aqui.
A emissão deste episódio,  A biblioteca mais bonita em todo o mundo, pode ouvir aqui.

Fonte: Viajens

terça-feira, 26 de setembro de 2017

O euducador moderno, por C. S. Lewis

A tarefa do educador moderno não é derrubar florestas, mas irrigar desertos.

Fonte da imagem: BioTerra
Para aprofundares um pouco e conheceres mais sobre vida e obra de C.S. Lewis visita aqui ou o site oficial da Fundação C.S. Lewis

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Todos Pensam de Forma Diferente, e Muitas Vezes Efémera, por Goethe

"Cada indivíduo vê o mundo - e o que este tem de acabado, de regular, de complexo e de perfeito - como se se tratasse apenas de um elemento da Natureza a partir do qual tivesse que constituir um outro mundo, particular, adaptado às suas necessidades. Os homens mais capazes tomam-no sem hesitações e procuram na medida do possível comportar-se de acordo com ele. Há outros que não se conseguem decidir e que ficam parados a olhar para ele. E há ainda os que chegam ao ponto de duvidar da existência do mundo. Se alguém se sentisse tocado por esta verdade fundamental, nunca mais entraria em disputas e passaria a considerar, quer as representações que os outros possam fazer das coisas, quer a sua, como meros fenómenos.


Porque de facto verificamos quase todos os dias que aquilo que um indivíduo consegue pensar com toda a facilidade pode ser impossível de pensar para um outro. E não apenas em relação a questões que tivessem uma qualquer influência no bem estar ou no sofrimento das pessoas, mas também a propósito de assuntos que nos são totalmente indiferentes. "

Johann Wolfgang von Goethe, in 'Máximas e Reflexões'

Fonte: BioTerra

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Aprender a Estudar, por José Carlos Ary dos Santos

Rui Silva - Paisagem Alentejana com Ceifeiros

Estudar é muito importante,
mas pode-se estudar de várias maneiras…

Muitas vezes estudar não é só aprender o que vem nos livros.

Estudar não é só ler nos livros que há nas escolas.
É também aprender a ser livres, sem ideias tolas.
Ler um livro é muito importante,
às vezes, urgente.
Mas os livros não são o bastante para a gente ser gente.
É preciso aprender a escrever,
mas também a viver,
mas também a sonhar.
É preciso aprender a crescer,
aprender a estudar.

Aprender a crescer quer dizer:
aprender a estudar,
a conhecer os outros,
a ajudar os outros,
a viver com os outros.
E quem aprende a viver com os outros
aprende sempre a viver bem consigo próprio.

Não merecer um castigo é estudar.

Estar contente consigo é estudar.

Aprender a terra,
aprender o trigo
e ter um amigo
também é estudar.

Estudar também é repartir,
também é saber dar o que a gente souber dividir
para multiplicar.

Estudar é escrever um ditado
sem ninguém nos ditar;
e se um erro nos for apontado
é sabê-lo emendar.

É preciso, em vez de um tinteiro,
ter uma cabeça que saiba pensar, pois,
na escola da vida, primeiro está saber estudar.

Contar todas as papoilas de um trigal
é a mais linda conta que se pode fazer.

Dizer apenas música, quando se ouve um pássaro,
pode ser a mais bela redação do mundo…

Estudar é muito, mas pensar é tudo!



José Carlos Ary dos Santos (1937-1984)