sexta-feira, 23 de junho de 2017

As origens da Festa de S. João

Márcia Marostega- Lembrança da Festa Sanjoanina

As Festas do S. João, no nosso País  mais conhecidas e típicas são as do Porto, em Braga e a Festa da Bugiada, em Sobrado, Valongo e remontam a períodos pré-cristãos.

Estas celebrações  incluem-se num conjunto de comemorações populares de Junho. a nível europeu e internacional, chamadas Festas Juninas centradas no solstício de verão (no hemisfério norte) e de inverno (no hemisfério sul).

De origem europeia, as fogueiras juninas fazem parte da antiga tradição pagã de celebrar o solstício de verão. Assim como a cristianização da árvore pagã "sempre verde", que se tornou a famosa árvore de natal, a fogueira a volta do 24 de junho tornou-se, pouco a pouco, na Idade Média, um atributo da festa de São João Batista, o santo celebrado nesse mesmo dia.

As labaredas das fogueiras acesas em lugares públicos expressam o Sol ("Na noite de S. João, / vou fazer uma fogueira (…)". Popular)

Ainda hoje, a fogueira de São João é o traço comum que une todas as Festas de São João Europeias (da Estónia a Portugal, da Finlândia à França). 
Nalguns Países optam por realizar as Festas Juninas  em 21 de junho, mesmo quando este não é o dia mais longo do ano, outros comemoram em 24 de junho, o dia do solstício no tempo dos romanos. Os antigos romanos também realizavam um festival em honra do deus Summanus em 20 de junho. Na Wicca, os praticantes celebram no dia mais longo e a noite mais curta do ano, que não têm uma data definida, a partir do calendário celta de 13 meses.
Relativamente ao nosso País, depois da romanização, cristianizamos a festividade e celebramos a noite de 23 de Junho, Véspera de São João. 

A noite de S. João do Porto é a maior das tradições guardadas no espírito da cidade e talvez a que tem atraído mais Europeus e turistas de todo o Mundo. Nela existe a identificação de todos os rituais do solstício de Verão, na referência a cultos milenários do Sol, da vegetação ("Não há S. João sem alhos, / alfazema e rosmaninho (…). Popular), do fogo expresso no fogo de artifício que sobe no céu ("Donde vindes S. João, / com capa de estrelinhas?" Popular), na procura de ervas bentas (Todas as ervas são bentas, / em noite de S. João.) e das águas milagrosas, na prática de ver nascer o Sol. Pela madrugada dentro, as pessoas dirigem-se até ao mar e molham os pés, simbolizando os baptismos do São João. 

A celebração  ocorre antes do dia de Nascimento de João Baptista. O Evangelho de Lucas (Lucas 1:36, 56-57) afirma que João nasceu cerca de seis meses antes de Jesus; portanto, a festa de São João Baptista foi fixada em 24 de junho, seis meses antes da Véspera de Natal. Este dia de festa é um dos poucos dias dedicados a santos que celebra o nascimento do homenageado, ao invés de sua morte.

quinta-feira, 22 de junho de 2017

José Eduardo Agualusa vence prémio literário de Dublin

O escritor angolano José Eduardo Agualusa foi distinguido hoje com o prémio literário internacional de Dublin, pela tradução inglesa do romance "Teoria Geral do Esquecimento", foi ontem anunciado (21 de Junho de 2017).
 
 
José Eduardo Agualusa era finalista do prémio literário internacional de Dublin deste ano, numa edição em que o escritor moçambicano Mia Couto estava também entre os finalistas, com a tradução de "A Confissão da Leoa".
 
O prémio literário de Dublin, de 100 mil euros, é gerido pelas Bibliotecas Públicas de Dublin, com o apoio da autarquia da capital irlandesa e é atribuído todos os anos a um livro escrito ou traduzido para inglês.
 
Os 100 mil euros do prémio são entregues na totalidade ao autor se o livro tiver sido escrito em inglês ou, caso se trate de uma tradução, repartidos em 75 mil euros para o escritor e 25 mil para o tradutor.
O processo de nomeações para o prémio é feito por mais de 400 bibliotecas a nível mundial, sendo o júri da edição deste ano composto pela editora e professora universitária Ellah Wakatama Allfrey, pela tradutora e crítica Katy Derbyshire, pela escritora Kapka Kassabova, pelo professor universitário Chris Morash, pelo também escritor Jaume Subirana e por um elemento sem poder de voto, que preside ao painel, desempenhado pelo antigo juiz e atual parceiro de uma sociedade de advogados em Washington, Eugene R. Sullivan.
 
"Teoria Geral do Esquecimento", de José Eduardo Agualusa, que já havia sido finalista do Man Booker International em 2016, recebeu nomeações de quatro bibliotecas: Biblioteca Demonstrativa Maria da Conceição Moreira Salles, em Brasília, no Brasil, a croata Gradska Knjiznica Rijeka, a Biblioteca Municipal de Oeiras e a Biblioteca Pública Municipal do Porto, em Portugal.

terça-feira, 20 de junho de 2017

Há três palavras portuguesas que não se conseguem traduzir

Um novo estudo decidiu tentar traduzir as palavras sem tradução e expõe as palavras que, em todo o mundo, não têm interpretação literal. Três dessas palavras são portuguesas - saiba quais são.

Um novo estudo decidiu tentar traduzir as palavras sem tradução – as palavras que, em todo o mundo, não têm tradução literal em mais nenhuma língua. Três são portuguesas e constam na lista. A mais óbvia é saudade, mas existem mais duas.
O estudo foi elaborado por Tim Lomas, da Universidade de Londres, e conta já com um projeto pessoal, o Positive Lexicography Project. O objetivo é tornar familiar aquelas palavras que só são entendidas num certo país e que não têm tradução literal em nenhuma outra língua, mas que transmitem um sentimento específico que, segundo conta a BBC, é negligenciado pelas outras línguas.

Saudade
Esta palavra é, há muito, catalogada como sendo ‘só portuguesa’. Segundo a tradução feita, esta palavra significa um desejo melancólico ou nostálgico por uma pessoa, lugar ou coisas, que estão longe, quer no espaço, quer no tempo. Uma vaga de nostalgia que sonha, por vezes, com fenómenos que podem mesmo nem existir. Assim é a explicação da saudade, para Lomas. Para ilustrar a palavra ‘saudade’, o artigo da BBC fala da fadista Cristina Branco e das suas músicas com o tema do que é sentir-se saudoso a ponto de se morrer de saudade. Tal como tantos outros artistas o fazem.


Desbundar

A expressão é explicada, segundo a BBC, como sendo a forma de perder as inibições e, simplesmente, entrar em modo de diversão.

Desenrascanço
Toda a gente sabe o que é ‘desenrascar-se’ de algo. Pois bem, segundo conta a BBC, é o ato de se desembaraçar engenhosamente de uma situação problemática. Falta é a expressão exata para traduzir.

Além das palavras portuguesas, existem várias outras. Por acaso já se sentiu um pouco mbuki-mvuki? Ou talvez já tenha sentido um pouco kilig, ou até mesmo uitwaaien. O que lhe parece? Confuso? Pois bem, veja alguns exemplos de palavras (e sentimentos) que provavelmente nem sabia que existiam:

Mbuki-mvuki – Esta palavra é do dialeto africano Bantu e significa algo como ter uma vontade irresistível de tirar a roupa enquanto se dança.

Kilig – Termo filipino e tem um significado bastante específico: a sensação nervosa e vibrante que sentimos quando vamos conversar com alguém que gostamos.

Uitwaaien – Esta palavra faz juz ao efeito revitalizante de fazer uma caminhada ao vento e é holandesa.

Shinrin-yoku – Esta palavra é japonesa e significa algo como a sensação relaxante que se tem através de um banho na floresta (literalmente ou de forma figurativa).

Yuan bei – Palavra chinesa que simboliza um sentido de realização completa e perfeita.

Sehnsucht – Palavra alemã que, se traduzirmos de forma literal, fica algo como “desejos de vida”, ou seja, é uma espécie de desejo intenso por estados de espírito alternativos e de realizações pessoais, mesmo que sejam inalcançáveis.

Para descobrir mais exemplos de palavras cheias de significado em mais línguas, mas quase impossíveis de traduzir, visite o estudo aqui.

segunda-feira, 19 de junho de 2017

As férias chegaram. O que fazer com as crianças ?

 
As férias iniciaram e logo vem a preocupação dos pais: O que fazer com as crianças?

Para quem não vai viajar, para os pais que estarão trabalhando normalmente, existem as colónia de férias. Alertamos apenas, para o fato de que o mais importante para este período é fugir da rotina escolar, brincar livremente e descansar. Sugerimos então, que não coloquem as crianças em colónias cujo objetivo seja “reforço”. Os pequenos precisam brincar e fantasiar, e para estes meses de descanso, o ato de brincar irá favorecer o processo de aprendizagem quando regressar à escola.

A brincadeira ajuda a desenvolver a noção espacial e corporal, a capacidade de solucionar problemas, a criatividade, a imaginação, a autonomia, entre tantas outras habilidades essenciais para o desenvolvimento cognitivo, e o consequente processo de aprendizagem.

O período de férias serve como uma “digestão cerebral”. Assim como os adultos, as crianças também precisam de um tempo para relaxar e processar as informações novas, para elas muitas vezes difíceis. O cérebro da criança vai consolidando todo o conhecimento adquirido durante os seis primeiros meses de aula, além de receber o merecido descanso. Elas precisam disso!

Os jogos eletrónicos e a TV podem entrar no “calendário de férias” como parte da programação, mas sugerimos que tenham um tempo limitado (o ideal, segundo a OMS, são duas horas por dia).

Além das programações como colônias de férias, cinema, praia, teatro e exposições, os pais podem criar junto com seus filhos um calendário com algumas atividades simples e divertidas para fazerem em casa. Atividades que não fazem parte da rotina da casa e das crianças, por mais simples que pareçam, se tornam inesquecíveis para elas. Seguem algumas sugestões, que podem ser adaptadas de acordo com a idade:

• Fazer arte com comidas cruas: criar um cartaz ou um quadro com grãos, diferentes tipos de macarrão, tinta, etc…
• Chamar um amigo para uma sessão de cinema em casa, com direito a quarto escuro, e pipoca.
• Construir um castelo, monstros ou carros com sucatas (potes de iogurte, rolo de papel higiénico, tinta, cola, palito de gelado, etc.) para brincarem junto com os pais à noite ou quando chegarem do trabalho.
• Iniciar uma guerra de travesseiros com seus filhos, ou outra coisa que bagunce a casa e que vocês não fazem normalmente.
• Dormir um dia na sala, numa cabana montada por vocês.
• Pedir que durante o dia criem uma revista ou história em quadradrinhos para lerem juntos à noite. Não determinem o tema, deixem que façam o que quiserem.
• Dia de Chef de cozinha: peça para que faça com cartolina um chapéu de cozinheiro (ou façam juntos) para que naquele dia ele cozinhe biscoitos 1, 2, 3 para comerem juntos, na sobremesa do almoço ou do jantar.
• Fazer fantoches com meias, e criar uma história para contar à mãe e ao pai.
• Criar um jogo de memória com papelão, caixa de sapatos… para jogarem juntos depois.
• Desmanche um velho equipamento eletrónico
• Sabe aquele computador velho que tem mais uso? Ou aquela máquina fotográfica? Ou uma fita cassete que você ainda tem? Que tal deixar a curiosidade dos mais velhos correr solta e oferecer para que as crianças desmanchem e vejam como eles funcionavam e como são seus componentes?
• Transforme sua casa em um GP! Com papéis ou caixas de papelão monte uma pista de corrida para os carrinhos das crianças. Vale pensar e estruturar curvas, despenhadeiros e até loopings.
• Que tal o dia de cuidar dos brinquedos? Além de deixa-los mais limpos, a brincadeira ajuda a criar um senso de responsabilidade pelos objetos.
• No momento de escolha dos brinquedos que “tomarão banho” poderão, juntos, separar os “excessos”, ou brinquedos que não usam mais para uma doação. Juntos, vocês podem ir à uma igreja, um orfanato ou creche para deixarem os brinquedos.
• Faça uma árvore genealógica: Rever as origens é ótimo para reviver sua história. Faça uma árvore genealógica com nomes, fotos, figuras, desenhos.
• Transformar a casa em uma grande gincana, que pode começar com uma teia de aranha gigante no corredor, feita com fita crepe colada de um lado a outro da parede. A brincadeira pode continuar com obstáculos de almofada, ponte onde eles só podem pisar numa linha reta, etc.

Desejamos ótimas férias e muita diversão para os nossos pequenos!
Fonte: Escola Vila Aprendiz (adaptado)

sexta-feira, 16 de junho de 2017

Como fazer um bom exame de português? As dicas de três professoras, uma psicóloga e um aluno de 18,8

Vais fazer exame nacional de português e estás nervoso ou nervosa? Então respira fundo e tenta acalmar-te. O Observador falou com três professoras, uma psicóloga e um aluno de 18,8 que te dão dicas.

Se, quando estiveres a ler este artigo, ainda não tiveres ido dormir fica, desde já, a saber que uma boa noite de sono é fundamental para que a prova te corra melhor e que já começam a ser horas de ires para a cama descansar. Se já acordaste e só agora estás a lê-lo, retém algumas dicas que ainda te podem ser úteis para o exame: toma um bom pequeno-almoço, tenta ir calmo para a prova, pensa positivo e sê eficaz na realização do teste, com a ajuda de alguns conselhos que reunimos neste artigo. Senão, ficam já para o próximo, ok?

“Os alunos, que trabalham, claro que estão ansiosos. Mas agora parou. Uma boa noite de sono é essencial. Devem relaxar, tomar um bom pequeno-almoço e ir para a escola tranquilos. E devem pensar que se estão a fazer o exame é porque tiveram notas para estar a fazê-lo. Além do mais o exame está em português e eles falam português e têm capacidades cognitivas para interpretar os textos e as questões”. A mensagem é da professora de português Alice Ribeiro, da Escola Secundária Dr. Joaquim Gomes Ferreira Alves, em Valadares, Vila Nova de Gaia.


Respirar fundo”. É que o deves fazer mal entres na sala de aula, aconselha a psicóloga Mónica Bento. Além disso, “devem pensar que é só mais uma prova que vai aferir os conhecimentos, e devem ficar tranquilos porque estudaram. E se não correr bem há sempre uma segunda fase. A postura deve ser de serenidade”. E neste processo, os pais têm um papel importante: “Devem ter uma postura de tranquilidade também.”

E se és daqueles alunos inseguros e achas que estudar até à última, ou acordar de manhã mais cedo para rever a matéria, vai ajudar, fica a saber que de pouco ou nada adiantam essas horas de estudo e que podem até ser contraproducentes, avisam as professoras e a psicóloga ouvidas pelo Observador.
Na véspera do exame os alunos devem descansar porque aquilo que deveriam ter feito e estudado já devia ter acontecido antes”, frisa a psicóloga Mónica Bento.
Pedro Miguel Coelho teve a melhor nota, no exame nacional de português, da Escola Secundária Eça de Queirós, na Póvoa de Varzim, em 2015, e só estudou até à hora de almoço do dia antes da prova. “Depende muito de cada um, mas eu acho que o ideal é nem se estudar no dia anterior. Não é por mais três ou menos três horas que vamos saber Os Maias todos”, graceja o aluno, que está a chegar ao fim do 1.º ano do curso de Medicina na Universidade de Coimbra. Conselho?
Não vale a pena estar stressado, o que é preciso é estar concentrado”, garante Pedro M, Coelho
Nervos postos de parte, o que é preciso é teres muita atenção durante a prova e aplicares os conhecimentos adquiridos ao longo dos anos.


Lê com atenção, aposta naquilo que dominas e revê a prova


Um passo de gigante para que a prova te corra bem passa por leres com muita atenção os textos e as perguntas que constam do enunciado,”primeiro uma leitura global e depois uma leitura dirigida”, avisa Maria Júlia Freire, professora de português na Escola Secundária Manuel Cargaleiro, no Fogueteiro, Seixal, que aconselha os alunos a “começarem pelo grupo onde se sintam mais à vontade”, até porque isso lhes dará confiança para completarem o exame.
Aconselho os alunos a começarem pelo grupo onde se sintam mais à vontade”, destaca Maria Júlia Freire, professora de português na Escola Secundária Manuel Cargaleiro, no Seixal.
E se por acaso não estiveres a conseguir responder a uma questão não percas muito tempo. Passa à frente e voltas lá no final, sugere a mesma professora. E é também esse o conselho de Pedro Miguel Coelho: “Se o aluno não estiver a perceber a pergunta deve reler o máximo de vezes possível, sem gastar demasiado tempo. Se vir que já passaram dois minutos e meio ou três devem passar para a pergunta seguinte até porque pode encontrar alguma dica para a resposta anterior. Caso contrário, na revisão, se sobrar tempo, volta lá.”

Controlar o tempo da prova é, aliás, essencial “ainda que o tempo nunca tenha sido, até hoje, um problema no exame de português”, alerta Alice Ribeiro, professora de português na Escola Secundária Dr. Joaquim Gomes Ferreira Alves, em Valadares, Vila Nova de Gaia. E como é que isso se faz? “Olhando para a prova, vendo quantas perguntas tem, que tipo de matéria traz e calculando quanto tempo precisam para responder a cada um dos três grupos.”

É também importante, sublinham ambas as professoras, que sobre tempo no final para reveres a prova. Desta forma poderás verificar se te escapou alguma questão, se está tudo devidamente assinalado ou se cometeste algum erro. Na opinião de Alice Ribeiro só há uma parte da prova em que não se deve mexer.
Eu costumo dizer aos meus alunos que está proibida a revisão da escolha múltipla. Nestas, normalmente, o bom aluno vai fazer asneira. E se não souberem mesmo a resposta, tentem a sorte. Deixar em branco é zero garantido, assim pode ser que tenham sorte”, aconselha a professora Alice Ribeiro.
De resto é “fundamental a estruturação do discurso“, alerta Maria Edviges Ferreira, presidente da Associação de Professores de Português. “Devem ter muita atenção à correção linguística como a acentuação, a pontuação, a ortografia (atenção ao acordo ortográfico) e a sintaxe”, completa Maria Júlia Freire.

E para ajudar às respostas, é importante ires fazendo sublinhados no texto, ou tomares notas, em forma de tópicos, na folha de rascunho.

Alice Ribeiro, que é também corretora de provas, sublinha que “um grande testamento normalmente é um texto caótico em termos de organização. Não é bom”. “Quando olho para o texto do último grupo do exame e vejo um parágrafo único ou dois parágrafos, em termos de estruturação, é logo zero”, garante. Por isso, já sabes: estrutura bem as ideias e usa conectores que permitam criar uma progressão na tua argumentação.

É preciso frisar, avisam os professores com quem o Observador falou, que português é a prova que mais alunos leva a exame. Em 2016 estavam inscritos quase 55 mil alunos internos nesta prova e mais de 75 mil no total (incluindo externos, para melhoria de nota).

E muitos desses alunos são de ciências “e estão frisados em matemática e física e não se esforçam a português. A grande preocupação deles é com a matemática que é a prova específica na maioria dos cursos que pretendem”, justificou Maria Edviges Ferreira, presidente da Associação de Professores de Português.

quarta-feira, 14 de junho de 2017

Cabo Verde- Kola San Jon e o livro "Cultura Proibida, Património Estimado"

O lançamento do livro “ Cultura Proibida, Património Estimado “, versando a riqueza do Kola San Jon, expressão cultural nas ilhas de São Vicente, Santo Antão e São Nicolau (Cabo Verde), decorreu no dia 12 de junho, no auditório da sede da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
 
Depois do lançamento do livro, o “grupo do Kola San Jon invadiu com o barco, incentivado pelo rufar dos tambores, a Baixa lisboeta, Alfama e Mouraria, inserido nas Festas de Lisboa.

O grupo do Kola San Jon da Associação Cultural Moinho da Juventude festeja, desde 1991, os Santos Populares no Bairro do Alto da Cova da Moura. Em 2013, a festa do Kola San Jon foi reconhecido como Património Cultural Imaterial de Portugal.

Aqui o filme que foi criado no âmbito da candidatura da Festa de Kola San Jon ao Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial .

terça-feira, 13 de junho de 2017

Estamos na época dos limões - presença das árvores na literatura

Joguei o limão correndo

Joguei o limão correndo
À tua porta parou;
Quando o limão te quer
Que fará quem o jogou.
O limão é fruta azeda
Criado em verde escuro
Gabar-se ninguém pode
Que tem amor seguro.
Eu hei-de te amar, menina
Quando a silva der limões
Os limões derem couves
Alfaces, maracutões.
O limo do rio é verde,
Inda mais verde é o limão
A terra tudo consome
Té mesmo a própria paixão.
Recolha de cancioneiro popular feito por Francisco Xavier d´Athaide Oliveira


segunda-feira, 12 de junho de 2017

Para que servem os livros antigos?

Dizem que um poeta francês foi uma vez apresentado a um riquíssimo banqueiro. O apatacado personagem perguntou ao poeta: 
- Para que serve a poesia?
E o poeta respondeu-lhe:
- Para o senhor, não serve para nada.
Tinha razão o poeta. Para muita gente, tudo na vida deve ter uma utilidade. Para essa gente pretensiosa não adianta explicar certas coisas, elas não chegaram ainda a um desenvolvimento cultural suficiente para apreciar as coisas sem utilidade aparente.
 Se nós examinarmos a evolução, o progresso do mundo, notaremos que só nos países mais adiantados se dá valor às coisas sem utilidade apreciável. É com o progresso material , com a riqueza, que surge a culura, o amor e o respeito pelas coisas tidas como inúteis. É nos países adiantados que se encontram as mais belas bibliotecas, os museus, as coleções particulares de arte. Não quero dizer com isso que só nesses países há gente capaz de apreciar devidamente essas coisas, mas quero notar que esse fato é um índice de progresso. Não é somente a produção per capita que indica o adiantamente de uma região.
Quando se estuda a história das grandes bibliotecas do mundo, das grandes bibliotecas nacionais que fazem o orgulho de muito povo, vê-se logo que elas se formaram, tendo como base uma coleção particular e foram se enriquecendo com a aquisição ou doação de outras coleções particulares. Foram os Mazarin, os Grenville, os Barbosa Machado que, legando ou vendendo seus livros à nação, enriqueceram o patrimônio nacional. 
Se não fossem os amadores americanos que reuniram coleções, alguns à custa de paciência, conhecimento e gosto, outros a poder de milhões, o que seria das famosas bibliotecas e museus dos Estados Unidos? Ninguém pode hoje estudar seriamente Shakespeare e seu tempo, sem frequentar a Folger Library, em Washington e não em Londres, na biblioteca formada por H. C. Folger, no prédio que ele mandou construir.
Seria um não acabar mais o querer mostrar que, graças a colecionadores particulares, muito tesouro é salvo. (...)
A bibliofilia não é somente um passatempo de homens cultos, um hobby inocente, um emprego de capital para alguns espertos, um negócio para milhares de pessoas no mundo. É uma obra de benemerência. 
Se depois de todos esses argumentos ainda houver quem lhe pergunte: "Para que serve colecionar livros raros?" - então voltaremos à velha história que acima contei. Para aqueles que lhe fizeram pergunta, responda: "Para você, não serve para nada".

 
Ruben Borba de Moraes, 'O bibliófilo Aprendiz". Casa da palavra produção editorial.4ª edição. Rio de Janeiro [2005]

sexta-feira, 9 de junho de 2017

Sebastião da Gama- "Pelo que sonho é que vamos"



Pelo sonho é que vamos,
comovidos e mudos.

Chegamos? Não chegamos?

Haja ou não haja frutos,
pelo sonho é que vamos.

Basta a fé no que temos.
Basta a esperança naquilo
que talvez não teremos.


Basta que a alma demos,
com a mesma alegria,
ao que desconhecemos
e ao que é do dia a dia.


Chegamos? Não chegamos?
– Partimos. Vamos. Somos.

quarta-feira, 7 de junho de 2017

Qual será a tua idade noutro planeta do Sistema Solar?

Queres saber qual será a tua idade noutro planeta? Por exemplo em Vénus ou Neptuno?
Entra no seguinte site e diverte-te! Poderás saber a tua idade nos vários planetas do Sistema Solar!

Idade Noutros Planetas
Calcula a tua Idade Noutros Planetas!

terça-feira, 6 de junho de 2017

José Saramago- "Quero é recuperar, saber, reinventar a criança que eu fui"



"Quero é recuperar, saber, reinventar a criança que eu fui. Pode parecer uma coisa um pouco tonta: um senhor nesta idade estar a pensar na criança que foi. Mas eu acho que o pai da pessoa que eu sou é essa criança que eu fui. Há o pai biológico, e a mãe biológica, mas eu diria que o pai espiritual do homem que sou é a criança que fui."

(Público, Lisboa, 14 de Outubro de 1998, José Saramago nas Suas Palavras)

segunda-feira, 5 de junho de 2017

Vencedores do concurso "Adivinha Se Puderes" ano letivo 2016/2017

Parabéns aos Alunos

Joaquim Leal, do 7º RE, vencedor 2º ano lectivo consecutivo da Escola Básica e Secundária de Rebordosa 



ao José Teixeira, do 7º VC, da Escola Secundária de Vilela

sexta-feira, 2 de junho de 2017

Luís Vaz de Camões- "Vi já das altas aves a harmonia"

Fonte: National Geographic

"Vi já das altas aves a harmonia,
Que até aos montes duros convidava
A um modo suave de alegria."
~ Luís Vaz de Camões

quinta-feira, 1 de junho de 2017

Dia Mundial da Criança


A RUA É DAS CRIANÇAS 

"Ninguém sabe andar na rua como as crianças. Para elas é sempre uma novidade, é uma constante festa transpor umbrais. Sair à rua é para elas muito mais do que sair à rua. Vão com o vento. Não vão a nenhum sítio determinado, não se defendem dos olhares das outras pessoas e nem sequer, em dias escuros, a tempestade se reduz, como para a gente crescida, a um obstáculo que se opõe ao guarda-chuva. Abrem-se à aragem. Não projetam sobre as pedras, sobre as árvores, sobre as outras pessoas que passam, cuidados que não têm. Vão com a mãe à loja, mas apesar disso vão sempre muito mais longe. E nem sequer sabem que são a alegria de quem as vê passar e desaparecer." 

Ruy Belo in Homem de Palavra(s) (1970)

Para saberes mais sobre o Dia Mundial da Criança, clica aqui